Um sonho a se realizar!

Na verdade, as Bibliotecas são instrumentos de Paz, pois reúnem a juventude, de forma bem eficaz.
Quem frequenta uma biblioteca, muda de opinião, aprende e se satisfaz.
O projeto Biblioteca, tem essa finalidade: trabalhar para construir, uma nova sociedade, como cidadãos
conscientes, mais finos, mais eloquentes, com mais força e mais vontade.

As bibliotecas na verdade, promovem mudança e, com isso,
a juventude enaltece, dando apoio e confiança, pois a boa educação, começa com a atenção que damos as crianças.

Viva pois a BIBLIOTECA, um Projeto que está modificando a nossa comunidade, porque só a educação
pode dar ao cidadão, CONSCIÊNCIA E LIBERDADE!


Por Valdek de Garanhuns - Poeta de Cordel



sábado, 13 de fevereiro de 2010

O entusiasmo Nacional

Pelo desempenho da economia brasileira, nestes últimos anos, com repercussão da presença do país no mundo, esfarela, diante de um dado alarmante: quase 20% dos alunos do ensino básico
repetem o ano, e muitos deles abandonam as escolas.
A situação estava pior há 10 anos, quando era de 26%.

Segundo a Unesco (e o bom senso), isso ocorre por causa da má qualidade do ensino.
Não ensinar, ou fingir apenas que ensina, é velha política do Estado brasileiro.
Desde o período colonial, o bom ensino foi negado aos pobres, para que não faltassem servos aos ricos.
Quando, entre os pobres, alguma criança se destacava por uma inteligência excepcional, tratavam de cooptá-la, como fizeram com grandes negros, entre eles José do Patrocínio e André Rebouças.
Fora disso, era a reprodução selecionada: os ricos mandavam seus filhos para as melhores escolas, para que continuassem nos quadros das elites; aos pobres, ensinava-se apenas o necessário, para que pudessem servir ao sistema de poder econômico.

Ainda assim, a educação elementar, até os anos 50, era muito melhor do que a de hoje. Ela tinha como eixo a alfabetização e leitura, aritmética, alguma coisa de ciência natural e os episódios mais
importantes da História do Brasil. O importante é que se aprendia a ler - e a escrever.
Os ditados, as composições e as dissertações, sob a correção de professores que conheciam ortografia e sintaxe, ensinavam as crianças a pensar: a associar os vocábulos às ideias, e, conforme os textos, as ideias à ética.

Ensinar não é difícil. Temos que transmitir aos alunos aquilo que sabemos, passo a passo, para que possam assimilar as lições.
O grande segredo do método de Paulo Freire está no aproveitamento da experiência cotidiana dos alunos: as primeiras palavras que aprendem a escrever são aquelas de maior importância em seu cotidiano.

Ainda assim - e sempre me lembro do que me disse Anísio Teixeira, nos anos 50 - a educação elementar, antes de 30, era bem melhor do que a que veio depois. E a que vem sendo ministrada a partir de 1964 é lamentável. As pessoas sabem ler - isto é, decifrar os sinais gráficos e pronunciar as palavras - mas não entendem o que elas significam.
Documentos sobre assuntos importantes, que tratam de sociologia e economia, são redigidos de forma ininteligível, em dialetos corporativos e acadêmicos, em que o significado continuará impenetrável, na cabeça do autor ou dos autores. E nem se fale em alguns profissionais de meios de comunicação, que criam um idioma sem qualquer relação com a língua pátria.
Ensinar não é uma técnica mas, sim, uma arte.
Educar é conduzir ao lado, levar pela mão, mostrar o caminho, apontar os obstáculos, indicar as estrelas. A técnica pode ajudar no que se refere ao método, à melhor atitude psicológica a fim de atrair o interesse do aluno, mas o que importa é o conteúdo.
A escola deve ensinar a criança a pensar.
Pensar não é só aplicar-se a resolver o problema imediato, mas também a planejar e a sonhar.
A imaginação é importante aspecto da realidade.
É constrangedor que tenhamos uma taxa de repetência e evasão quatro vezes a média da América Latina. Esse constrangimento será ainda maior se compararmos os nossos números com os do Chile e da Argentina. No caso argentino, a política neoliberal contribuiu para rápida
deterioração do sistema educativo, que foi modelo no continente até os anos 60.
Mesmo assim, seu índice negativo é três vezes menor do que o do Brasil (6,6% contra 18,7% de nosso país).

É verdade inegável que a ignorância é irmã siamesa da miséria. A indigência do Haiti - que a fatalidade do terremoto está expondo ao mundo - se explica pelo índice de quase 80% de analfabetos. O Brasil conseguiu aumentar expressivamente o número de vagas e, nos últimos
anos, com o incentivo das bolsas contra a pobreza, a frequência escolar. Mas o conteúdo continua pobre. Só algumas escolas elementares de excelência, muitas delas experimentais, conseguem realmente ensinar a ler, a escrever, a contar - e a pensar.


Mauro Santayana
maurosantayana@jb.com

Fonte: JORNAL DO BRASIL de 21/01/2010
http://www.educacionista.org.br/jornal/index.php?option=com_content&task=view&id=4984&Itemid=43

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